segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Os meios de comunicação social na sociedade atual

A importância que com o tempo foram alcançando todos os meios de comunicação na sociedade pós-moderna é imensa. Na sociedade da informação os meios não apenas oferecem informações sobre o que está a suceder no mundo, mas também chegam a construir ideias no ouvinte ou leitor, convencendo-o e modelando a sua opinião, dirigindo-a para onde os dirigentes do meio quiserem. Os meios declaram culpáveis e ditam sentença antes que o faça um juiz, participam em todos os espaços da vida pública, exercem pressão sobre os poderes políticos e comerciam com a sua influência. Acaso é demasiado o poder que possuem estes meios?
Os meios apresentam-se como um conjunto de vozes diversas que oferecem pontos de vista objetivos, mas livres. Porém, na realidade, descobrimos que todos ou uma boa parte deles pertencem a uma ou duas corporações. Se nos cingirmos ao caso português (ainda que pudesse facilmente aplicar-se a qualquer sociedade ocidental) verificamos que quase todos os meios importantes são geridos pela Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social (CPMCS) . Vemos, logo, como a direção dos meios de comunicação se pode rastejar até nos acharmos perante uns poucos nomes próprios, com uma face mais ou menos pública e um enorme capital económico. Acontece então que os meios se regulam do mesmo jeito que as grandes corporações, formando ramificações que vão dar, no seu cúmio, a uns poucos nomes absolutamente reconhecíveis (Coca Cola, Nestle, Microsoft, etc.). Assim como estas corporações, os meios de comunicação também mascaram o seu monopólio com nomes diferentes e pontos de vista pretendidamente divergentes, mas que, afinal, obedecem aos mesmos interesses, quer dizer, os interesses do poder e dos seus dirigentes.
Com certeza que há meios de comunicação e pessoas que procuram manter a sua independência e a sua voz própria, mas a falta de capital económico impede a “cacarejada” liberdade de prensa. Assim, para fazermos chegar as nossas ideias ao grande público são precisas ingentes quantidades de dinheiro, que apenas as mencionadas corporações podem permitir-se. O aceitamento tácito da objetividade destes meios tem, portanto, um grande perigo para a sociedade em geral, que longe de se mostrar crítica com a opinião dos meios, recebe-a como se fosse imparcial e isenta de ideologia, como se esta fosse a verdade absoluta e indiscutível. 


A internet pode ser uma oportunidade para essoutras pessoas que quiserem divulgar as suas visões do mundo e do que nele acontece e não têm os meios económicos para fazê-lo. Muitos cibernautas  desconfiam já dos interesses dos meios de massas e procuram o rastro dos seus donos e do objetivo que eles possam pretender. Fica por ver se a internet se descobre como uma ferramenta capaz de nos orientar para uma visão mais crítica e matizada do mundo em que vivemos.


Imagem tirada de: https://averdademanipulada.wordpress.com/

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