terça-feira, 10 de maio de 2016

Existem mais desportos que o futebol


Na madrugada do passado dois de abril o desportista espanhol Javier Fernández conseguia alcançar a medalha de ouro no mundial de patinagem artística celebrado em Boston. Quando ninguém confiava na sua vitória, já que o japonês Yuzuru Hanyu ocupava a primeira posição com doze pontos de vantagem, o espanhol surpreendeu com uma exibição perfeita logrando, assim, o campeonato.
Fonte: RTVE
A seguir, tentaremos dar a conhecer este artista do patinagem mundial. Javier Fernández é um moço madrilenho nascido o 15 de abril de 1991. Apesar dos seus êxitos desportivos, dos que falaremos mais adiante, Javier manifesta que continua a sentir-se um moço humilde apaixonado pela sua cidade natal. Atualmente, mora em Toronto onde estuda e formação, motivo pelo qual sente saudade de estar tão longe da família e dos amigos. Entre os seus hobbies destacam-se jogar videojogos e o futebol (Real Madrid). Além disso, declara a sua admiração pelo tenista espanhol Rafael Nadal que considera um referente, pela sua luta e perseverança. Com respeito aos seus êxitos desportivos mais importantes, Fernández foi campeão europeu quatro vezes (2013, 2014, 2015, 2016), campeão mundial duas (2015, 2016) e várias vezes campeão de Espanha em diferentes categorias. Estamos a falar, provavelmente, do melhor patinador espanhol da história, ao qual só falta um título olímpico para completar o seu palmarés. Contudo, não parece suficiente para que o seu trabalho, esforço e dedicação sejam reconhecidos como merece.
No sábado, dois de abril, na Espanha disputava-se o jogo de futebol entre o Barça e o Real Madrid. Todos estamos de acordo com o fato de ser o evento desportivo com mais espectadores do mundo. Não obstante, é indigno que as telecomunicações dediquem mais tempo ao futebol, que ainda não se jogava, que à notícia do campeão do mundo de patinagem artística. Não imagino a cara de Javier Fernández vendo o pouco interesse que mostram pelo seu trabalho. Deve ser frustrante! Como se não fosse suficiente o pouco apoio institucional! A verdade é que não só ocorre esta situação com este desporto, muitos outros como a natação sincronizada, a ginástica rítmica, a esgrima...Em definitiva, todos os que não sejam o que chamam o desporto rei (futebol) sofrem o mesmo.
Considero que também nós somos os culpados deste tipo de situações, quer dizer, não somos capazes de valorizar o esforço e o trabalho que há detrás duma atuação perfeita como a que realizou o espanhol. Apesar de ser uma apaixonada do futebol, acho que, ainda que não seja o Messi nem o Cristiano Ronaldo, é um campeão do mundo do qual nos tínhamos que sentir orgulhosos. Por este motivo, desde este blogue quero felicitar Javier Fernández pela sua magnífica atuação e pela medalha de ouro alcançada. A modo de reflexão, gostaria de finalizar com uma declaração da ginasta espanhola Almudena Cid que diz: “Se a ginástica rítmica fosse fácil, chamar-se-ia futebol”.

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