Por:
Gabriel Ares Cuba
Sara Cambeiro Vázquez
Hoje vamos falar dos entrudos no norte de Portugal. Há pouco que foi a época de entrudos e decidimos fazer uma escolha dos mais interessantes para lembrarmos esta celebração. Para além disto, vamos conectar esta tradição
portuguesa com a correspondente galega. Falaremos da zona de Trás-os-Montes (entrudo de Podence, entrudo de Lazarim, e entrudo de
Vinhais).

A ação dos diabos de Vinhais já não produz hoje os efeitos temidos de outrora, quando as
raparigas não se atreviam a sair à rua. O ritual de castigo e
correrias pelas ruas da vila é hoje uma manifestação tímida e
cada vez mais incerta, com não mais do que uma dezena de mascarados.
Os trajes destes mascarados são duma cor vermelha muito intensa e
capaz de aterrorizar as pessoas. É um vestido muito simples que pode
ir acompanhado com um pau, o qual usam para ameaçar.
Mas, em Podence, pequena
aldeia situada a poucos quilómetros de Macedo de Cavaleiros, a
tradição está de boa saúde e conserva ainda uma boa parte da
licenciosidade «selvagem» que sempre a caracterizou. Os dias
grandes da festa são o Domingo Gordo e Terça-feira Gorda e os
Caretos só param para matar a sede ou para combinarem mais uma
arremetida sobre a Praça da Capela, a pequena praça da aldeia onde
todos assistem ao ritual.
Em Lazarim, o Entrudo é uma festa local, quase privada, cuidadosamente preparada nas semanas que a antecedem. O ponto alto é a leitura pública das «deixadas», testamentos que falam sobre os rapazes e as raparigas da aldeia. Jocosos, trocistas e irónicos, são preparados em segredo pelos mais novos, que muitas vezes recorrem à sabedoria e conhecimento dos mais velhos, repetindo a tradição. Os testamentos são lidos pelos mascarados (para que as vítimas citadas não reconheçam os autores das diabruras) e ouvidos pela população, em silêncio.
Em Lazarim, o Entrudo é uma festa local, quase privada, cuidadosamente preparada nas semanas que a antecedem. O ponto alto é a leitura pública das «deixadas», testamentos que falam sobre os rapazes e as raparigas da aldeia. Jocosos, trocistas e irónicos, são preparados em segredo pelos mais novos, que muitas vezes recorrem à sabedoria e conhecimento dos mais velhos, repetindo a tradição. Os testamentos são lidos pelos mascarados (para que as vítimas citadas não reconheçam os autores das diabruras) e ouvidos pela população, em silêncio.
Mas a festa não fica completa sem o Desfile de Caretos, o Concurso de Máscaras (feitas em madeira pelos artesãos locais) e a Queima dos Compadres - o compadre e a comadre, dois bonifrates cheios de pólvora e que, na terça-feira, põem ponto final à festa e à rivalidade que durante várias semanas opôs rapazes e raparigas. Fundamentais são também as refeições cerimoniais à base de carne de porco, que marcam o inicio do período de abstinência da Quaresma.

Para finalizarmos, podemos dizer que os entrudo do norte de Portugal têm rasgos em comum com os da Galiza como, por exemplo, o terror, o acosso e o uso de imagens demoníacas.
Bibliografia:
Muito bom!
ResponderEliminarUm artigo muito interessante para além de curioso. Tomara o Entrudo fosse assim no meu povo:)
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