Cristóvão Colombo descobriu América no ano de 1492. Este fato, mundialmente conhecido, é totalmente verdadeiro e muito difícil de ser negado. Pelo contrário, outras informações relativas à vida pessoal do navegador, como por exemplo o seu lugar de nascimento, ficaram por esclarecer e, até hoje, foram alvo de diferentes hipóteses, que não conseguiram, no entanto, encontrar os documentos ou as provas necessárias para fazer dum conto uma história real.
Uma dessas hipóteses (talvez a mais conhecida), apoiando-se num escrito oficial encontrado no “Archivo de Simancas” e numa afirmação do escritor Pedro de Ayala, defende que Colombo era de origem genovesa. Outros estudos defendem que ele era catalão, galego e mesmo português, tendo em conta a análise dos seus escritos em língua castelhana. A proximidade destas línguas romances no século XV torna difícil a tarefa de assinalar uma procedência exacta aos achados linguísticos que contêm os escritos de Colombo, pelo que a sua língua materna poderia ser qualquer uma das três. Não obstante, de que falaremos a seguir vieram a sobrepor a hipótese galega sobre as restantes. A primeira prova advém do próprio apelido do explorador: ainda que existissem outros apelidos semelhantes noutras nações, o apelido `Colón´ só existia na província de Pontevedra, na Galiza. A segunda prova apoia-se nos nomes que receberam os lugares que ele foi baptizando e que coincidem com mais de duzentos topónimos das Rias Baixas: só um grande conhecedor dessa ria poderia fazer uso desses nomes assim.
Sabia-se que Colombo era um importante nobre, recebido pelos reis de Espanha e de Portugal antes e depois de a América ter sido descoberta. Com esta ideia em mente, o historiador viguês Alfonso Philippot começou a investigar o assunto, até que no ano 1977 encontrou evidências de um nobre que cujas semelhanças com a figura de Colombo eram evidentes: o seu nome era Pedro Madruga. As semelhanças falam por si. Em 20 de janeiro de 1486 Colombo visita os reis católicos para lhes expor o seu projeto de atravessar o oceano Atlântico em busca das Índias; há documentação oficial que diz que Pedro Madruga estava naquele dia, na mesma hora, no mesmo lugar e no mesmo barco perante Isabel e Fernando. Além disso, segundo a informação obtida pelo historiador viguês, Pedro Madruga morre nesse mesmo ano, isto é, quase seis anos antes do descobrimento da América. Mas o nobre não aparece morto, não é enterrado, nem é reclamado pela família: simplesmente desaparece. Mesmo apesar de ele 'ter morrido', cerca de 100 documentos reclamam-no como se estivesse vivo até o ano de 1506, que é quando morre Colombo. Também há testemunhos do interesse que o Colombo tinha pela mulher e o filho de Pedro.
Uma explicação para esta mudança de identidade terá a ver com motivos políticos: Pedro lutara com os reis de Portugal contra Castela. O nobre, por ter sido um grande inimigo da Coroa, não podia receber publicamente os favores dos reis católicos. Não obstante, como ele conhecia os segredos da navegação portuguesa, que os reis católicos de Castela tanto desejavam, teve de receber um novo nome para iniciar a sua expedição. E foi assim que um galego fez uma descoberta importante sem ter sido reconhecido como tal.
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